sexta-feira, 30 de maio de 2014

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA!

Dia 1 de junho é já no domingo e não podia ir de fim de semana sem deixar aqui um post sobre o Dia da Criança, já que é por elas e para elas que me dediquei sempre. É por acreditar que O MUNDO MELHOR está nas mãos delas, que temos que apostar mais na EDUCAÇÃO. Se formarmos crianças conscientes, capazes, ativas e com um pensamento crítico, estaremos a contribuir para a mudança.

São elas que nos fazem acreditar nos sonhos e que tudo é possível, que se não conseguirmos à primeira podemos sempre tentar encaixar a peça do puzzle de outra forma, pois as crianças nunca desistem… E depois de conseguirmos podemos até saltar de alegria!

Este fim de semana é para saltarmos até cair e SER CRIANÇA!
 
Foto retirada daqui.
Aqui vai um apanhado de algumas atividades possíveis para o Dia da Criança:

Feira do Livro (Lisboa)
Construção de Marionetas (Museu da Marioneta - Lisboa)
A Rainha de Trapos (Museu do Teatro- Lisboa)
Cidade da Criança  (Alcântara)
Concerto para Bebés (Palácio de Monserrate - Sintra)




Bons Momentos e Bom Fim de Semana!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

84ª Feira do Livro de LISBOA 2014 - 29.mai a 15.jun


 A 84º edição da feira do livro do Parque Eduardo VII começa já amanhã (29 de maio) e vai até 15 de junho – Uma verdadeira celebração ao LIVRO!

Como habitual, este evento, para além da venda de livros terá uma programação para promover a leitura e o diálogo entre escritores e leitores. A agenda da Feira do Livro está disponível aqui.

Este ano, a Feira volta a ter um horário alargado. Algumas editoras aderiram ao conceito happy hour – “Hora H” de venda dos livros a 50% de desconto na última hora da feira. Atenção que será apenas de 2ª a 5ª feira, durante a 2ª e 3ª semanas do evento.

Horário da Feira do Livro de Lisboa/2014
Também podem espreitar as novidades que a organização tem disponibilizado no facebook da Feira do Livro de Lisboa.

Bons Livros e Boas Leituras!



sexta-feira, 23 de maio de 2014

Atividades de Fim de Semana #9

Livraria Gatafunho VS Rodolfo Castro


Rodolfo Castro, o autointitulado “pior contador de histórias do mundo”, abriu, em parceria com a editora Gatafunho, a Livraria Gatafunho em Oeiras.

Por isso, a sugestão de hoje não é só para este fim de semana, é para todos os domingos em que apeteça dar um passeio até Oeiras e passar pela livraria, pois às 11h30 decorrem atividades para crianças. É só aparecer! =)
Para além disso, oficinas criativas, sessões de contos para famílias e serões para adultos, ateliers, música e teatro, são algumas das atividades que poderão encontrar na livraria. Se quiserem podem acompanhar a Gatafunhoaqui.
Horário: De segunda a quinta das 10:00 às 20:00. Sexta e sábado, das 10:00 às 24:00 e domingo das 10:00 às 20:00.


Admiro o trabalho do Rodolfo e a sua dedicação ao conto, às histórias e aos livros. Por isso decidi divulgar aqui no blog um pouco do seu trabalho e este novo projeto de uma livraria diferente que vai ao encontro da comunidade, envolvendo-a num ambiente familiar onde as pessoas se sentem em casa.

O Rodolfo desenvolve um Laboratório de Contadores de Histórias e eu tive a ousadia (sim, com o Rodolfo é preciso ter coragem!) de frequentar um desses laboratórios e fiquei fã. Foram sessões muito enriquecedoras onde aprendi com o Rodolfo e com todo o grupo de colegas/amigas. Posso dizer que contar histórias não é tão simples como pode parecer, exige treino e dedicação.
Aprendi que o abrir de uma porta numa história pode ter vários sons, nomeadamente de gargalhadas… que apenas o movimentar dos olhos ou da cabeça num sessão de contos pode ter muito mais impacto do que qualquer frase do livro… que uma pausa durante o contar pode suster a respiração de quem ouve… aprendi que consigo controlar aquele nervoso miudinho e contar uma história sozinha num palco e no fim ouvir aplausos e sorrisos.
Nunca pensei que fosse tão difícil, mas a verdade é que quando vamos um pouquinho mais além e saímos da nossa zona de conforto, superamo-nos e ficamos com aquela sensação perfeita de: “Eu consegui!” Esses dias deixam-nos de coração cheio! E isso também foi uma aprendizagem.

Laboratório de Contadores de Histórias
O grupinho maravilha depois das sessão de contos.
Durante toda a formação o Rodolfo foi sempre muito acessível e quando lhe falei do blog e que queria fazer-lhe umas perguntas em jeito de entrevista sobre a Livraria que ele acabara de inaugurar, ele prontificou-se logo e respondeu a todas as perguntas. Por isso, obrigada Rodolfo pela tua dedicação ao livro e às histórias que muitos adultos pensam ser apenas um universo das crianças e nem sabem o que andam a perder. ;)

Pinguinhos de Leitura: Qual o objetivo principal da Livraria Gatafunho?
Rodolfo Castro: Divulgar a boa literatura, em especial a literatura para crianças e jovens. Estimular o prazer de ouvir e contar histórias e ser foco de produção criativa dentro do espaço comunitário onde esta inserida.”

PL: Que atividades vão ser desenvolvidas na livraria?
RC: Especialmente iniciativas ligadas aos contos e a literatura. Ateliers para crianças e famílias de escrita criativa, teatro, música e outras artes, sempre ligadas ao universo dos livros. Sessões de contos para famílias e serões de contos para adultos. Apresentação de livros e oficinas de formação para professores e público interessado nos processos criativos da leitura e da narração oral.”

PL: A tua formação académica é de professor de 1º ciclo do Ensino Básico. Quando é que te apercebeste que querias ser contador de histórias?
RC: Há 21 anos comecei a contar contos em um museu. Era uma atividade extra que eu fazia quando não estava na escola. Com o tempo acabei por involucrar-me tanto nas histórias que não consegui escapar ao seu feitiço.”

PL: Porquê te intitulas como o pior contador de histórias do mundo?
RC: “É uma toma de postura ideológica. O mundo é complexo e  estranho. Os meus contos vão a procura desse mundo cheio de surpresas e fujo  dos estereótipos  de contos bem comportados e politicamente corretos. Por isso sou o pior.”

PL: Tendo em conta a tua experiência como contador de histórias, que mensagem gostarias de deixar aos leitores do blog?
RC: Os contos nos completam. A vida precisa de ser contada para ter sentido. Aprofundar na leitura e nos contos é acreditar no ser humano, e num futuro mais abrangente e menos mesquinho do que temos hoje.”

Para conhecerem melhor o trabalho do Rodolfo Castro, espreitem aqui.

Boas Momentos e Bom Fim de Semana!





sexta-feira, 16 de maio de 2014

Sugestão de Leitura #4 - "O Dia em que os Lápis Desistiram"

NOVIDADE da Orfeu Mini: "O Dia em que os Lápis Desistiram" de Drew Daywalt, com ilustrações de Oliver Jeffers  - uma história repleta de humor ensina-nos a usar todas as cores para colorir o mundo.

 “Um dia na escola, ao abrir a caixa dos lápis de cera, o Duarte encontra um monte de cartas. Os lápis decidiram escrever-lhe, reclamando: “Basta!”. O lápis preto está cansado de desenhar contornos, o azul já não aguenta pintar mais oceanos, e o amarelo e o laranja já nem sequer falam um com o outro, pois cada um acredita ser a verdadeira cor do sol. E agora? O que vai fazer o Duarte?”



Catarina Sobral
Fotografia retirada daqui.
Catarina Sobral (vencedora do Prémio Internacional de Ilustração; 2014) elegeu este livro como um dos seus preferidos, pois ele fala sobre a criatividade e, como a Catarina diz "não é preciso pintar sempre com as cores tradicionais ou dentro das linhas". Eu não podia concordar mais! A criatividade surge quando o risco sai fora das margens, as folhas são viras ao contrário… e o mundo é reinventado... isso é outra música, tem outro sabor, é nosso, é único!  ;)

Boas Pinturas e Boas Leituras!



Atividades de Fim de Semana #8

Para este fim de semana uma sugestão cultural! =)


Museus, palácios e monumentos da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), do continente e ilhas, desenvolveram uma programação diversificada para todos os públicos na Noite Europeia dos Museus, 17 de maio (sábado) e no Dia Internacional dos Museus, 18 de maio (domingo).

Na programação consta a participação de mais de 110 espaços patrimoniais que organizaram mais de 550 atividades para todas as idades – inauguração de exposições, concertos de jazz, sessões de cinema, peças de teatro e dança, workshops, ateliers educativos, sessões de poesia, apresentações de livros, visitas guiadas e encenadas, entre muitas outras.

É de sublinhar que muitos destes espaços, encontrar-se-ão abertos até mais tarde e com entrada gratuita.


Podem ver a Programação dos Museus de Todo o País aqui.
Bons Momentos e Bom Fim de Semana! 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

"Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente" #8

Estes diálogos entre os animais do Jardim do Lago estão cada vez mais deliciosos. Parece que consigo identificar-me com alguns destes bichos...
Também não podia concordar mais com a mensagem final deste episódio. Ora, leiam....


Episódio 8

O Jardim do Lago acordou com uns ruídos que despertaram os animais e a sua curiosidade. Logo de manhãzinha, ainda o sol não tinha vencido a névoa noturna, parou uma camioneta junto à entrada do jardim, saíram de lá dois homens e começaram a descarregar umas “coisas estranhas”.
Pelo menos foi assim que o pai cisne as descreveu. Levantou-se cedinho, espreitou à porta de casa, na margem do lago, e voltou para dentro. A mãe cisne ainda tinha a cabeça debaixo da asa. Os cisnezinhos rodeavam-na, agasalhados na palha do ninho.
– Acorda! Há uns homens aqui perto. Trazem umas coisas estranhas e estão a pousá-las junto ao lago.
Estranhas para um cisne, não para um humano – eram apenas tábuas, telhas, pregos, arames, ferramentas. Os homens pousaram tudo no chão e começaram a ordenar os materiais, pregar tábuas, montar paredes, enrolar arames, numa azáfama que prometia demorar. E, à medida que iam acordando, os animais do jardim perceberam que em breve teriam novos vizinhos.
O trabalho dos homens durou todo o dia. Quando partiram, a obra ficou pronta. Era uma gaiola grande, espaçosa, coberta de telhas. As tábuas das paredes não se uniam umas às outras, tinham intervalos que deixavam ver no interior dois poleiros de troncos grossos, um comedouro retangular de madeira e um bebedouro redondo de barro. O pai e a mãe cisne abeiraram-se e trocaram impressões:
– Grande gaiola! Tudo novinho, a estrear. Quem me dera...
– Eu não gostava. Vê-se tudo lá para dentro. Nem pode um bicho estar à vontade...
– Pois é. A nossa é mais aconchegada. Quem achas que virá para aqui viver?
– Sei lá. Mas há de ser ave corpulenta. A casa é enorme, porta larga, poleiros resistentes...
Como não havia resposta para as suas dúvidas, não valia a pena perder tempo com palpites. Bateram as asas para chamar a prole. Logo os cisnezinhos correram para junto dos pais e toda a família foi dar um mergulho no lago.
No dia seguinte, a mesma camioneta que trouxera os materiais para construir a grande gaiola trazia, desta vez, os esperados habitantes. E, como ser curioso não é exclusivo dos humanos, não houve bicho que não espreitasse para ver quem estava a chegar.
Eram duas belas aves, coloridas e elegantes. A mais pequena, a fêmea, tinha a plumagem em tons de cinzento esverdeado. A outra, o macho, tinha o peito de um azul vistoso e abria a cauda em leque de várias cores, numa pose de ostentação que não conquistou a simpatia dos bichos do jardim.
– Olha para ele, a pavonear-se. Tem a mania que é o melhor. – comentou o pai pardal, do cimo do seu ramo.
– O que é pavonear-se, pai? – perguntou um dos pardalitos.
– Pavonear-se é passear com vaidade, para mostrar que é bonito.
– E é mesmo. – disse a mãe, a meia voz, não fosse o pai pardal ouvir.
– Bem podia ser mais discreto. Não gosto de bichos assim, arrogantes, que se acham superiores aos outros.
– Mas, afinal, que aves são aquelas, pai?
– São um pavão e uma pavoa.
– Ah! Por isso é que se diz que estão a pavonear-se. Agora percebi.
Os homens levaram o casal de pavões até junto da grande gaiola, deitaram comida e água, ficaram a admirá-los por momentos.
– Vai buscar as placas. Já nos esquecíamos.
– Não me esqueci. Aqui estão.
Em seguida, numa das tábuas da gaiola, os homens prenderam uma tabuinha quadrada, para informação de quem por ali passasse: «Pavão azul, ave galiforme, originária da Índia».
Os cisnes, que olhavam atentos para os vizinhos recém-chegados, viram os homens aproximar-se. Traziam outra tabuinha e, diligentemente, colocaram-na na parede da casa dos cisnes: «Cisne branco, ave anseriforme, migratória».
O pai cisne enfunou as penas com orgulho:
– Sim, senhor. Também merecemos... Não somos menos que os pavões.
A família dos pardais continuava no seu ramo, assistindo a tudo. O pai pardal resolveu completar a lição do filho:
– Estás a ver o cisne a pavonear-se? Não é preciso ser pavão... Só nós não temos direito a placa...
– Pai, a vaidade é um defeito censurável. Mas talvez a inveja seja pior, não achas?

O primeiro grito estridente do pavão pôs fim ao silêncio incómodo que se fizera no 2.º ramo da árvore n.º 5. O pai e a mãe dos pardalitos trocaram um olhar cúmplice: não são só os pais que ensinam os filhos, também estes têm lições a dar aos pais.


(continua)
J. M.