terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal!

Que o vosso Natal seja tão alegre como estas ilustrações de John Parr Miller do livro "Jingle Bells" de Kathleen N. Daly.
J. P. Miller, que em tempos trabalhou nos estúdios da Disney, deixou-nos uma obra que ainda hoje influencia as novas gerações de artistas. Ao observar as ilustrações que vos mostro, parece que conseguimos ouvir o riso das personagens e sentir o espírito natalício que deve ser vivido junto dos que mais amamos.



                                                       Bom Natal e Bons Momentos em Família!




sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

"Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente" #2

Para acabar a semana com um sorriso, vamos voar até ao "Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente" e visitar a nossa Joaninha.


Episódio 2
Do ramo da Joaninha, a sua casa, até ao canteiro dos lírios era um pequeno voo, menos de três minutos. Isto, se não parasse no caminho, se nada atraísse a sua curiosidade, se nenhum imprevisto alongasse a viagem.
As cores vistosas do canteiro e o perfume que Joaninha sentia no ar levaram-na, direitinha, até ao destino planeado. Pousou, delicada, na haste mais alta de um lírio salpicado com gotinhas de orvalho, que reluziam ao sol da manhã. Sabia que o lírio era uma flor frágil, não queria fazer mossa nas lindas pétalas... E a flor não se ressentiu do peso das patinhas minúsculas do inseto colorido.
Logo reparou num montinho escuro numa folha: “Olha o meu pequeno-almoço!”
Piolhos da folha do lírio – era a refeição predileta da Joaninha. Era melhor apressar-se, antes que mais alguém cobiçasse o manjar. Não perdeu tempo, deu um saltinho esvoaçante e, num ápice, deixou a folhinha limpa.
Mal tinha acabado a refeição, pôs-se a contas com a sua consciência: “Comi os bichinhos, coitados... insetos como eu. Terei feito bem?”
Olhou para a planta ao lado e logo esqueceu o pensamento que lhe ocupara o espírito. Viu outra joaninha, igualzinha a si. Até hesitou se estaria a ver-se ao espelho. “Não, não sou eu, é outra. E está a comer. São piolhos da folha. Tem os mesmos gostos que eu...”
Resolveu conversar com ela. Ou, pelo menos, tentar. Logo veria se ela estava disposta a uma troca de palavras.
– Bom dia, cara amiga. Chamo-me Joaninha. E tu?
A outra ergueu as antenas, fixou os olhinhos vidrados na criaturinha que a cumprimentava. Parecia surpreendida, mas respondeu:
– Eu sou Joana. Muito prazer.
“Que bom! Tenho uma amiga.” – pensou Joaninha.
– Onde moras? – ousou perguntar.
– Não tenho morada certa. Na noite passada dormi naquele arbusto ali. Logo decido onde vou passar a próxima noite.
“E se eu a convidasse para dormir no meu ramo? Talvez ela aceitasse.”
– Eu durmo sempre no mesmo sítio. É na árvore número 5, no 2.º ramo frente. Posso dizer que moro lá.
– Não sei onde isso fica. Nunca tinha reparado que as árvores tinham número.
– Não têm. É a quinta árvore a contar da entrada do jardim, à beira do lago.
– Ah, está bem...
– Queres vir lá ter comigo e dormimos no mesmo ramo?
Pareceu a Joaninha que a ideia agradara à convidada. Ia jurar que a vira sorrir...
– Aceito. Ao pôr do sol estou lá.
– Está bem, Joana. Até logo!
Joaninha levantou voo, sobrevoou o lago, atenta à presença dos cisnes... Era preciso evitar alguma bicada que não lhe desse tempo de se desviar. Nada podia estragar a felicidade que sentia, que a fazia voar mais leve, mais alto, com o coraçãozinho a bater de euforia.
“Iupi! Iupi! Tenho uma amiga! Iupi!!!”
(continua)

J. M.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Atividades de Fim de Semana #5

14 dezembro (sábado)

“Alice no País das Maravilhas” na Cinemateca Portuguesa

Esta sugestão é especial. Este conto de Lewis Carroll passou na rádio em pequenos episódios que a minha avó ouvia, contando assim histórias à sua Alice mesmo antes de nascer. Aqui fica uma pequena homenagem à minha mãe e um obrigada por todas as histórias contadas e recontadas antes de adormecer.

Assim, a programação deste mês da Cinemateca Portuguesa traz-nos “Alice no País das Maravilhas” .

Alice é uma menina curiosa que segue um Coelho Branco apressado, que desaparece numa toca. A menina vai atrás dele e cai num buraco mágico, chegando ao País das Maravilhas. É aí que vai viver a sua aventura com os irmãos gémeos Tweedle-Dee e Tweedle-Dum, o Gato, a Lagarta, o Chapeleiro Maluco e a Lebre e a Rainha de Copas.

Idade: crianças a partir dos 2 anos.
Horário: 15:00
Preço:1,10€/criança até 16 anos | 3,20€/adulto (para toda a família)

Mais informações aqui e aqui.
Ilustração de John Tenniel (in Alice in Wonderland by Lewis Carroll)
15 dezembro (domingo)

”A Fada Oriana” de Sophia de Mello Breyner Andresen
O Teatro D. Maria II traz-nos Leituras de Contos para a Infância, de autores do século XX.
Neste domingo os adultos podem recordar a infância com a ”A Fada Oriana” de Sophia de Mello Breyner Andresen e as crianças podem ouvir a história de uma Fada chamada Oriana, que guardava uma floresta e todos os homens, animais e plantas que ali viviam. A Fada Oriana é uma fada boa, e " As fadas boas regam as flores com orvalho, acendem o lume dos velhos, seguram pelo bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos  e, à noite, põem moedas de ouro nos sapatos dos pobres.” (in A Fada Oriana; Sofia de Mello Breyner Andersen)
Idade: crianças até aos 12 anos.
Horário:11:30
Preço: Entrada livre (para toda a família)
Mais informações aqui.







Bons Momentos e Bom Fim de Semana!


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

"Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente" #1



Nesta sexta feira que mais apetece ficar no quentinho a ler, convido-vos à leitura.

Aqui está o primeiro capítulo de uma história infantil que uma amiga escreveu especialmente para o Pinguinhos de Leitura. Obrigada J.M. por esta agradável surpresa.

Acreditem, depois de visitarem o "Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente", vão conhecer a natureza com outros olhos. Os olhos amigos dos animais: os olhos da J.M.

Boa Leitura e Bom fim de semana!

Joaninha abriu a janela e espreitou a manhã nascente. Parecia lindo o dia! O sol já se mostrava atrás de uma nuvem, timidamente.

A janela da Joaninha era uma folha rendilhada, verdinha, no segundo ramo a contar de baixo da árvore mais frondosa do jardim, junto ao lago azul. Dormia sempre no mesmo ramo. Habituara-se à casa e gostava dela.

No ramo do lado esquerdo dormia uma família de passarinhos, pai, mãe e dois filhos, muito chilreantes antes de adormecerem. Joaninha apreciava-os discretamente, escondida entre as folhas. Melhor seria não dar nas vistas! Sabia lá se eles eram insetívoros...

No ramo do lado direito via pousar muitas vezes um gafanhoto grande, verde acinzentado, de olhos vidrados, que passava horas a coçar duas patas compridas por cima das asas. Bicho estranho aquele, não inspirava confiança. Nada bonito e ainda menos simpático.

No lago havia um casal de cisnes, branquinhos como a neve, elegantes e calmos, que passavam o dia a nadar. Não pareciam perigosos, Joaninha não se aproximava e eles não eram grandes voadores.

Joaninha pensou: “O que vou vestir hoje? Outra vez o vestido vermelho de pintinhas pretas? Estou farta! Ainda por cima, quando encontro alguma amiga tem sempre o vestido igual ao meu...”

De repente lembrou-se: “Uma vez vi uma joaninha com as cores ao contrário, o fundo era preto e as pintinhas vermelhas”. Onde teria ela conseguido aquele vestido original? Se voltasse a vê-la, havia de perguntar-lhe.

Por agora não tinha remédio senão voar dali com o fato de sempre. Abriu as asinhas, lentamente, com preguiça de começar o dia. Reparou no canteiro de lírios roxos, a meia dúzia de metros da margem do lago.

“Vou? Não vou? Aqui ao sol está-se bem... Vou?”

Abriu mais as asinhas, olhou para o canteiro, a medir a distância... “Vamos lá!”

E levantou voo.

(continua)

J. M.