sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

"Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente" #1



Nesta sexta feira que mais apetece ficar no quentinho a ler, convido-vos à leitura.

Aqui está o primeiro capítulo de uma história infantil que uma amiga escreveu especialmente para o Pinguinhos de Leitura. Obrigada J.M. por esta agradável surpresa.

Acreditem, depois de visitarem o "Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente", vão conhecer a natureza com outros olhos. Os olhos amigos dos animais: os olhos da J.M.

Boa Leitura e Bom fim de semana!

Joaninha abriu a janela e espreitou a manhã nascente. Parecia lindo o dia! O sol já se mostrava atrás de uma nuvem, timidamente.

A janela da Joaninha era uma folha rendilhada, verdinha, no segundo ramo a contar de baixo da árvore mais frondosa do jardim, junto ao lago azul. Dormia sempre no mesmo ramo. Habituara-se à casa e gostava dela.

No ramo do lado esquerdo dormia uma família de passarinhos, pai, mãe e dois filhos, muito chilreantes antes de adormecerem. Joaninha apreciava-os discretamente, escondida entre as folhas. Melhor seria não dar nas vistas! Sabia lá se eles eram insetívoros...

No ramo do lado direito via pousar muitas vezes um gafanhoto grande, verde acinzentado, de olhos vidrados, que passava horas a coçar duas patas compridas por cima das asas. Bicho estranho aquele, não inspirava confiança. Nada bonito e ainda menos simpático.

No lago havia um casal de cisnes, branquinhos como a neve, elegantes e calmos, que passavam o dia a nadar. Não pareciam perigosos, Joaninha não se aproximava e eles não eram grandes voadores.

Joaninha pensou: “O que vou vestir hoje? Outra vez o vestido vermelho de pintinhas pretas? Estou farta! Ainda por cima, quando encontro alguma amiga tem sempre o vestido igual ao meu...”

De repente lembrou-se: “Uma vez vi uma joaninha com as cores ao contrário, o fundo era preto e as pintinhas vermelhas”. Onde teria ela conseguido aquele vestido original? Se voltasse a vê-la, havia de perguntar-lhe.

Por agora não tinha remédio senão voar dali com o fato de sempre. Abriu as asinhas, lentamente, com preguiça de começar o dia. Reparou no canteiro de lírios roxos, a meia dúzia de metros da margem do lago.

“Vou? Não vou? Aqui ao sol está-se bem... Vou?”

Abriu mais as asinhas, olhou para o canteiro, a medir a distância... “Vamos lá!”

E levantou voo.

(continua)

J. M.


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