sexta-feira, 28 de março de 2014

Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha

Terminou ontem a Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha, a mais importante feira de negócios do mercado livreiro de literatura infantojuvenil. Este ano o Brasil foi o país convidado de honra, com o tema: countless threads, countless tales”.



É nestas alturas que fico ainda mais satisfeita de ter um blog e poder escrever um pouco sobre alguns nomes que vão dando que falar neste mundo da literatura infantil. Outro grande motivo por estar a escrever hoje é porque estou duplamente orgulhosa pois houve prémios para o Brasil e para Portugal! =)

 

Quem levou para casa o Prémio Hans Christian Andersen (considerado o prémio Nobel da Literatura Infantojuvenil) atribuído pelo Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY) foi o escritor e ilustrador brasileiro Roger Mello que concorria pela segunda vez e desta, entre 29 candidatos, foi ele o primeiro brasileiro a vencer este conceituado prémio. Parabéns!


Roger Mello na Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha.
Fotografia retirada da Photogallery da Feira.
Alguns dos Livros de Roger Mello: Zubair e os Labirintos”;
Nau Catarineta”; “João por um Fio”;
Contradança”; “SelvagemFotografias retiradas da Blooks Livraria.

Prémio Internacional de Ilustração foi para a portuguesa Catarina Sobral com as ilustrações do seu livro “O Meu Avô” (Orfeu Negro).



As ilustrações e o texto simples de Catarina Sobral contam-nos a história do Meu Avô e do Dr. Sebastião. Pouco a pouco vamos nos apercebendo de referências a Almada NegreirosFernando Pessoa, Manet, Jacques Tati, e Andy Warhol. Esta subtileza que agrada aos adultos, pode também ser identificada pelas crianças se lhes propormos o desafio de as ir identificando à medida que exploram o livro.

Ilustrações de Catarina Sobral do Livro "O Meu Avô"

Sugestão para Pais e Educadores: Porque não aproveitar este livro para dinamizar um projeto de arte, por exemplo? Podemos começar pelas cores, figuras geométricas e padrões presentes nas Ilustrações e passar também por identificar os artistas retratados e as características que tão bem os identificam.

 

Como podemos ver pelo sorriso da Catarina na fotografia, ela não havia de estar mais feliz e nós mais orgulhosos desta autora/ilustradora que em 41 ilustradores candidatos, ela, a única portuguesa selecionada a participar, havia de trazer este prémio e deixar Portugal na boca do mundo. Obrigada Catarina! Venham mais livros como o “Achimpa”, o “Greve” e “O MEU AVÔ”!


Catarina Sobral a receber o prémio na Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha.
Fotografia retirada da Photogallery da Feira.

 Podem conhecer melhor o trabalho a Catarina Sobral aqui.

 

Bons artistas e Boas Leituras!

Ilustrações de Catarina Sobral do Livro "O Meu Avô"


sexta-feira, 14 de março de 2014

Lx4Kids

Março trouxe o sol e com ele veio também um projeto delicioso - a 1ª publicação da Lx4Kids, uma revista mensal de distribuição gratuita pensada especialmente para famílias atuais e dinâmicas que queiram desfrutar da encantadora cidade de Lisboa.

O que podem encontrar na Lx4Kids?
Sugestões de atividades aos ar livre
Passatempos
Sugestões de leitura, cinema, teatro, música, jogos…
Culinária
Dicas de moda para crianças
Workshops/Oficinas para crianças dos 0 aos 12 anos
Crónicas
E muito mais…


Há muito que penso que devia ser feito mais pela educação em Portugal, que deviam existir mais projetos de incentivo à participação das famílias em atividades de desenvolvimento cultural e esta revista para mim é uma boa aposta nessa dinâmica.

Podem sentir esta brisa da primavera aqui ou encontrá-la gratuitamente nas escolas públicas e privadas de Lisboa, nos espaços culturais, comerciais e de lazer da cidade.

Parabéns aos colaboradores da Lx4Kids!




Boas Iniciativas e Boas Leituras!


segunda-feira, 10 de março de 2014

"Jardim do Lago, árvore n.º 5, 2.º ramo frente" #6

Hoje deixo-vos com um momento de ternura no Jardim do Lago.


Boa semana e Boa Leitura!

Episódio 6
De manhã, muito cedo, o jardim acordou com enorme algazarra. Um grupo de crianças rodeava o lago, animadamente:
– Outro... Tão lindo!
Joana, Joaninha, Valentim, os pardais e os pardalitos, todos assistiam do ramo grande da árvore a algo muito especial. Olharam à volta: nos ramos das árvores próximas havia um sem número de animais curiosos, todos interessados no que estava a passar-se.
Vivia-se um grande acontecimento no Jardim do Lago. O centro das atenções era o casal de cisnes. Chegara a hora do nascimento dos cisnezinhos.
Os pais olhavam embevecidos para o ninho, na margem do lago, feito de penas, folhas e pauzinhos. A pouco e pouco, de cada ovo ia saindo mais um filhote. Quando despontava um biquinho, a mãe ajudava a partir a casca do lado de fora e o cisnezinho aparecia estremunhado, a custo abrindo os olhitos para a luz intensa do novo dia, o primeiro.
– Quantos já nasceram? – perguntou um menino.
– Até agora, quatro. Mas ainda há três ovos fechados...
– Olhem, estão a nascer dois ao mesmo tempo...
– Pois é. Só falta um. Será que não vai nascer?
O pai cisne encaminhou os recém-nascidos para a beirinha do lago, enquanto a mãe esperava, ansiosa, que nascesse o último, o mais preguiçoso. Finalmente, uma bicada de dentro, outra de fora, mais uma de dentro, uma cabecita, uma asinha, a outra... Pronto! Pequenino, mais enfezado que os irmãos, ele aí estava. Sacudiu-se e caminhou para o lago. Os outros já nadavam junto do pai. Ele entrou a medo, protegido pela mãe.
– Que lindos! Sete!
As crianças bateram palmas de alegria.
– Viva! Vivam os cisnezinhos!
Um raio de sol brilhou mais forte, refletiu-se nas penas lustrosas dos pais cisnes, na penugem escassa dos filhos, na água azul do lago, nas flores coloridas do jardim. Passarinhos, joaninhas, gafanhotos, borboletas, esquilinhos, todos se uniam num sentimento comum de felicidade. Não custa acreditar que os mais sensíveis tenham até deixado escapar uma lágrima de emoção.
Nascer é sempre um acontecimento de esperança, um motivo para celebrar. Naquele dia, toda a natureza do Jardim do Lago estava em festa, num hino enternecido à vida.


(continua)
J. M.